A Hora de Agir é Agora: Reflexões e Desafios para a Europa

nuno ferreira

Isto é o título

Opinião de Nuno Ferreira, CEO do Grupo MTK

“Só não vê quem não quer.”
“O mundo tal e qual o conhecíamos mudou.”


Estas palavras, proferidas pelo Presidente da República Portuguesa, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, são mais do que simples declarações – são um alerta. O nosso mundo está em constante transformação, e é fundamental que nos consciencializemos disso o quanto antes. A mudança já está a acontecer, e temos de agir, agora, enquanto ainda podemos fazer a diferença.

Em vez de esperar que os outros mudem, ou de nos indignarmos constantemente com as novas posturas alheias, devemos ser proativos e incisivos. A nossa resposta como cidadãos e consumidores começa com a decisão de apostar no “Made in Europe”. É uma pequena, mas poderosa, ação que pode fazer toda a diferença.

O desafio europeu que temos pela frente é colossal, e já começou! Precisamos de apostar na industrialização, na inovação e na tecnologia. Para isso, é urgente desburocratizar os sistemas que criam inércia e custos adicionais, retirando competitividade às nossas empresas. Devemos também acabar com a subsidiodependência e incentivar o trabalho e a criação de emprego, focando-nos em uma imigração controlada que ajude na captação de mão de obra para setores primários e mais necessitados.

É preciso, também, adotar medidas protecionistas para o nosso mercado europeu. Tarifas alfandegárias são uma ferramenta importante para proteger a nossa produção, especialmente frente a países que não seguem as mesmas regras.

A União Europeia conta com 450 milhões de habitantes. Somos uma população com poder de compra, com um nível de escolaridade elevado, geradores de conhecimento e inovação. O nosso continente é rico em história e cultura, que fazem da Europa um destino turístico global. Além disso, possuímos marcas mundialmente reconhecidas e apetecíveis, sinónimo de qualidade e tradição, com consequente retorno financeiro.

No entanto, este cenário não vem sem desafios. A produção de defesa, por exemplo, exigirá grandes esforços orçamentais, comprometendo outros tipos de apoio, como os sociais. Mas essa é uma prioridade se quisermos continuar a proteger a Ucrânia na sua luta contra o regime autoritário russo. A defesa não é só uma questão de segurança, mas de respeito e de garantir que a nossa soberania é preservada.

A Ucrânia deve continuar a receber o nosso apoio para que possa defender o seu território e, eventualmente, reerguer-se como nação. Este é um país com recursos valiosos, que precisa de ser reconstruído, e a sua jornada deve ser a nossa luta também.

A comunicação social e os meios de comunicação têm um papel decisivo na mobilização desta estratégia. É necessário que, em vez de contribuírem para a banalização e desinformação, se tornem aliados na promoção de um discurso construtivo, que não nos faça mais ignorantes, mas sim mais sábios e comprometidos.

Este é o momento para agirmos! O futuro da Europa, e das gerações que nos seguem, depende de nós.